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Wednesday, January 5, 2022

Venda de carros usados é a maior da história com falta de chips para a produção de novos - O Globo

SÃO PAULO E RIO - Com a falta de chips, que fez a indústria brasileira deixar de produzir ao menos 300 mil veículos zero quilômetro em 2021, a venda de veículos usados e seminovos cresceu 17,8% ano passado, quando foram comercializadas 15,1 milhões de unidades, segundo dados da Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto).

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É o maior crescimento da história do setor, que em média, registra expansão de 3% a 4% ao ano. O aumento da procura teve impacto no preço, fazendo com que a alta superasse a dos veículos novos.

Segundo analistas, com a valorização dos usados, o IPVA deve subir em torno de 23% neste ano e para evitar inadimplência, estados devem oferecer um bom desconto para evitar inadimplência.

 Somente no mês de dezembro foram vendidos 1.201.600 veículos seminovos e usados, contra 1.165.436, em novembro, uma alta de 3,1%.

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Neste número, estão incluídos veículos como ônibus, caminhões e motos. Considerando apenas automóveis, o crescimento foi de 17,4%, e nos comerciais leves, a expansão das vendas foi de 21,9%, num total de 11 milhões de unidades vendidas dessas duas categorias.

 — Em 2020, as vendas caíram 12%. Quando comparamos o crescimento de 2021 com 2019, um ano sem pandemia, as vendas tiveram alta de 3,5% — diz José Everton, vice-presidente da Fenauto.

. Foto: Criação O Globo
. Foto: Criação O Globo

Seminovo tem alta de 15,07%

Além do gargalo dos carros zero, outros fatores impulsionaram as vendas de usados e seminovos, segundo a Fenauto: a necessidade de levantar dinheiro para pagar dívidas (a famosa troca com troco, no qual quem vende o automóvel, opta por ficar com um de menor valor e recebe a diferença), maior oferta de crédito para financiamentos e o medo de usar o transporte público, ainda por causa da pandemia.

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O designer Fabio Ventura comprou um Chevrolet Astra 2009 no fim de dezembro. O carro foi comprado para a mulher por R$ 25 mil. O modelo novo, segundo ele, superaria os R$ 100 mil.

— Não teria nem como comprar um carro de entrada, que já supera os R$ 60 mil. Queria um carro com conforto e mais tecnologia de ponta — conta.

As vendas de veículos novos, incluindo automóveis, comerciais leves, ônibus e caminhões, cresceram 3% ano ano passado, com 2,1 milhões de unidades. Já as de carros novos (automóveis e comerciais leves) cresceram 1,4%, em 2021, com 1,9 milhão de unidades vendidas, segundo dados preliminares que devem ser confirmados amanhã pela Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

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A estimativa inicial das montadoras era de crescimento de 15% nas vendas de carros zero, no início de ano, o que não se concretizou.

Melhora no 2º semestre

Segundo levantamento da consultoria Kelley Blue Book (KBB Brasil), empresa especializada em pesquisa de preços de veículos novos e usados, os carros zero subiram 8,29%, em média, no acumulado de 2021, até novembro. Já os seminovos tiveram alta de 15,07%. Carros usados, a partir de 2017, subiram 21,01% no mesmo período, na média.

— No ano passado, quando havia fila de até seis meses para receber alguns modelos de carro zero, os seminovos do mesmo modelo chegaram a ficar mais caros que os zero quilômetro no primeiro semestre — diz Everton, da Fenauto.

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Um Fiat Strada zero, por exemplo, custava R$ 79 mil nas concessionárias. Mas um veículo da mesma marca, seminovo, era oferecido por até R$ 81,7 mil nos revendedores, com pronta entrega, segundo levantamento da KBB Brasil à época.

O mesmo valia para um automóvel Volkswagen modelo T-Cross. O novo custava R$ 113 mil, enquanto o seminovo saía por até R$ 116 mil.

— Com a retomada mais forte da produção de carros zero essa diferença sumiu. Não faz sentido um usado ser mais caro que o zero — diz Antônio Jorge Martins, especialista do setor automotivo, do Instituto de Desenvolvimento Educacional da FGV.

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Segundo a KBB Brasil, à medida que a indústria automotiva ajustou os estoques para a nova realidade de oferta e demanda provocada pela crise de abastecimento de insumos, houve movimento mais acentuado de reajustes de preços de carros novos. Isso enfraqueceu o fenômeno de alta maior de preço nos seminovos.

Na expectativa da Fenauto, a produção de carros zero deve se normalizar, a partir do segundo semestre, e as vendas de usados e seminovos fechariam o ano com alta de 3,5%.

— Vamos ter um segundo semestre mais equilibrado, para o lojista não é bom uma alta de preços tão forte nos usados. Fica caro repor os estoques e as margens de lucro diminuem — diz Everton.

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Mas especialistas avaliam que a falta de chips deve se prolongar até 2023 por causa do descasamento entre oferta e demanda e veem possível impacto no preço dos seminovos. De 2020 a 2022, a ampliação da capacidade produtiva das fabricantes é de 6%, enquanto a demanda tem alta de 17%.

—A falta de componentes deve se estender até 2023. Muitas empresas estão expandindo a capacidade de produzir chips, mas a demanda por carros novos está reprimida no Brasil e no mundo — diz Antônio Jorge, da FGV.

* Colaborou Julia Noia

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